Patrocìnio Eurolist: Manuela Filipe


Selva


16, 17 e 18 de Maio


A amazónica. Estamos mesmo cá!!!!



Entrada no barco no porto de Rurrenabaque. Selva, aqui vamos nós!!!

Respira-se uma calma com alma... Com conteúdo! há algo de solene no ar!

A calma que antecede uns diazitos de trabalho e caminhadas pela selva... Eles nem sabiam o que os esperava! Nós nao quisemos parar um minuto!

Ehehe!

Carne a secar, com moscas, odor e borboletas! Coexistencias!

A selva tem uma força impressionante e intimida como poucas coisas. Parece ter uma grande e enigmática alma, para além da alma de cada uma das coisas vivas e mortas que lá existem.
Há vida a brotar de todas as partes. Debaixo de cada folha morta, de cada semente... A ideia de morte tem sentido durante fracçoes de segundo. No instante logo a seguir, desse fim já nasceram milhares de outros inicios. Cada um com o seu enigma, com a sua origem e o seu fim já determinado.
A vida em potencia. Sem pedir licenças. Abre-se uma semente e existe uma outra forma de vida. Uma larva escondida à espera de crescer. Essa larva, por sua vez, é comestivel e tem um impressionante agradável sabor a coco!
É um festim de cores, sons, imagens... movimentos... Os sons revesam-se uns aos outros consoante as horas do dia.

Sente-se qualquer coisa que vem da floresta, e entra em nós, e sai de nós para ela. E fica nela. E que ficará sempre, mesmo que nao saia nada de nós.


Aprendendo a sacar yuca! Assim está bem! Assistir aos processos desde o inicio! Aprendemos a plantar, como deixar crescer, como proteger, como cozinhar...


Rio Beni... Nas margens da Parque Natural do Madidi. A maior biodiversidade protegida do planeta.Contado, nao serve. Este foi um momento muito mágico, mesmo que a imagem nao o transpareça.


Ei! A nossa amiguinha Silvia! Esta sim, tinha energia para dar e vender! Sempre que pode, foge à mae e entra no barco a caminho da selva, para estar com a sua avó!

Quase chegávamos a tempo!!! Conhecemos a selva com descendentes de indios. Os avós sempre viveram na selva e daí nao querem, nem vao, sair. Os pais, sempre viveram na selva. Alguns, nao quiseram sair, mas tiveram de o fazer por uma série de decisoes importantes que pessoas de muito longe tomaram, sem lhes perguntar nada. Perdido o dia-a-dia que oferecia uma vida mágica e o sustento, viraram-se para o turismo. A escolha nao foi muita e os srs imperiais de Rurrenabaque começaram a oferecer comida e umas quantas moedas aos indios que levassem os turistas, que ali começaram a chegar, à selva. Os donos das agencias nao se atreviam a ir! A selva come vidas que nao a conheçam...


Os filhos, cresceram na selva, sentem-se vivos na selva. De lá foram arrancados já em fins da sua adolescencia sem entenderem bem porquê. Agora, na casa dos vinte anos, lamentam que os madeireiros e os caçadores brancos tenham levado a uma necessidade de impor regras e tornar o espaço uma Reserva Natural...


Lembram-se do tempo em que começaram a vestir roupas. Ainda têm o gosto a macaco na língua e sabem, perfeitamente, que plantas usar para anestesiar topicamente feridas, para maleitas de pulmoes, que formigas devem espetar o seu ferrao nas artrites para as aliviar... Ouvem qualquer som imperceptível e identificam-no. Localizam-no. Colocam-no no seu lugar. Encontram os frutos mais incriveis nos lugares mais impressionantes, com o aspecto mais exótico e as formas mais mirabulantes.


Vivem em harmonia. Uns com os outros e com a selva. Mexem-se com uma subtileza e elegância que impressiona e lembra os mais distintos animais esbeltos e ageis.


Entram no barco, passam o porto de controlo de entrada no Parque, descalçam-se e os seus olhos começam a brilhar... com um brilho que eu julgava impossível sem tratamentos de imagem. Os movimentos começam a ganhar uma destreza que eu nunca tinha visto ao vivo... e tudo começa a fazer sentido. É dali que eles sao! Só ali fazem sentido.




Que barba tao rija!!!

Let's play!

Foi uma agradável companhia de viagem! Sobretudo para o Pablito!

A chegada à praia perto do nosso acampamento.

Um macaco aranha residente. A Negra! Descubriu que por ali existe comida e que os turistas adoram alimentá-lo com bananas. Bem tentam que ele volte à sua vida selvagem, mas os turistas nao ajudam...

Conseguem sentir?????

O Eber conhece o rio como a palma das suas maos... Algumas passagens sao tao baixas que nao devem alcançar mais de un s 40 ou 50 cm!Impressionante. De facto, o rapaz nao deixou de nos surpreender nos 3 dias.... Constantemente!

Esta chama-se Pachuba. O Pedro arranjou uma menomónica: pá!chupa.... As raízes partem de cima e têm esta forma... incrivelmente... fálica!

Wow!!!! Para ver o por do sol, os papagaios, o rio... Tudo o que conseguimos! E sentir aquela coisa que vem lá de dentro e que nos empurra o estomago, nos faz sentir pequeninos e nos deixa perceber a verdadeira energia da vida...

Imenso!

Estes andam sempre aos pares. Mantêm o mesmo casal toda a vida e raras vezes sao avistados a voar sozinhos! Parece nataçao sincronizada... Só que no ar!

O sol vai-se! E os ruídos da selva começam a aumentar!
E nós vamos em pandilha (silenciosa, que estes senhores sabem todos o que fazem) observar as formas de vida que nascem na noite!

Reparem (se conseguirem no tamanho dosmontes de folha de coca nas bochechas. Parece que tao com um abcesso do tamanho do mundo!!
Ahah! O Eber apanhou-o quase por artes de encantamento e hipnose. Passou-o a cada um de nós com um carinho e um respeito (pelo animal) que impressionaram...
E que tal sensaçao de ter um bichinho desses nas maos?!

Para alguns artistas até pode parecer pequenino... Mas olhemque já pode fazer muitos estragos!

"Oh pá! Estou a apertar de mais? Nao o estou a magoar? Que sensaçao estranha! É pesado!!!"

De volta à natureza. O Eber virou-o de barriga para cima, sempre agarrado, acariou-lhe a barriga com a mao, disse-lhe algumas palavras que nao entendemos, virou-o de costas para cima e soltou-o lentamente de novo... e ele foi-se, tranquilo.

Uma raia de água doce. Estas também sao bastante tóxicas ao ponto de poderem matar. Podem crescer imenso, se tiverem a água suficiente para isso. Mas quanto mais pequenas, mais danos faz o seu ferrao.

Uma donzela em apuros! Fomos transportados, os dois, ás cavalitas do bravo Eber, enterrado até aos joelhos, para atravessar o rio sem molhar as nossas sapatilhas... Meninos de coro!

Para acabar a noite em beleza, pesca desportiva e dois dedos de conversa à beira do rio Beni. Uma noite muito bem passada. Mas sem peixes.


Reparem no pormenor da batata de folhas de coca! Mas pequenina! Eles... Isso já é outra história! Fazem uma bola na boca quase do tamanho de uma de ténis!!!

Novo dia! Novas caminhadas! Novas exploraçoes!

Nos sitios onde nao há folhas, o terreno nao perdoa... É de puro enduro!

Uma pegada de puma na praia onde tinhamos estado na noite anterior!!!!!! E nós nao o vimos!!!!

A explosao do verde. O tapete de folhas. A organizaçao em camadas das árvores e os animais que se confundem sobre elas e dentro delas... Caminhar em silencio e com cuidado, se queremos ver alguma coisa!


Na selva tudo tem uma explicaçao lógica! Tudo tem uma forma de se proteger dos seus predadores.

Schiu!!! Javalis! Sim! Aqui também há! Sao mais pequenos mas mais ferozes! Movimentam-se em grupos de várias centenas e fazem um barulho verdadeiramente assustador a partir as cascas de umas sementes muito semelhantes a côcos minusculos, mas muito mais duras! Deixam trilhos marcados por todo o lado, com um odor que lhes é muito caracteristico (ugfh) e quando se assustam correm todos ao mesmo tempo e libertam um odor ainda mais forte... Mete respeitinho!

As formigas de fogo! Vivem dentro de umas árvores especificas e o seu ferrao é muito util para inflamaçoes cutaneas! O unico senao, é que uma picadinha de uma destas meninas, doi, mas doi!

Larvas que vivem dentro das sementes que os javalis comem. Essas sementes sao ricas em gordura, têm um miolo com um sabor muito parecido a coco e as larvas sao deliciosos "cocos" carnudos, que se mexem e fazem comichao na lingua e nas maos!

Nao está com zoom! Ele há cada bichinho por aqui!


As larvas que nao se comeram, servem de isco, para pescar peixinhos pequeninos, que vao servir de isco para pescar peixoes... mais tarde, no rio grande!
A pesca é uma actividade que requer extrema paciencia...Foi neste sitio que a nossa menina miminho...
Pescou o que seria o nosso jantar... Pôs o Eber a correr, mas a bem correr de entusiasmo, lá do sitio onde ele estava a pescar.
É que era um grande peixao! Foi o nosso jantar, de todos os 10 e ainda sobrou para o dia seguinte! O Pacú! Um género de piranha gigante! Mas este, mesmo para os do seu género, era muito grande! Pesava uns 8 ou 9 kg. Foi recebida com salvas dos indios que estavam no acampamento! Parece que é um feito raro! Muito saboroso, o peixe! E ela que nos tinha contado na noite anterior que só pescava percas pequenitas com o pai...

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3 Responses to “”

  1. # Anonymous Anónimo

    Até que enfim!!!!!.....uff... estava a ver que aquela selva vos tinha engolido!...;)...
    Pela 1ª vez vi as fotos na diagonal por causa da bicharada!... de tudo o que já nos mostraram esta etapa é se calhar a única, ou das poucas que eu não invejo!.. tem bicho a mais pra meu gosto!... mas gostei daquela árvore "pachuba"!!!!!......;;)))))


    Mil beijos para os dois  

  2. # Anonymous Anónimo

    Oi oi. Sim senhor selva selva selva, mas nao vi indios :P que deles? Cuidado com os cactos que têm espinhos, e assim coisas malucas... la está, que os indios gostam :P !
    E voltar pa casa? hihihihihih ainda nao é desta? Vá ja agora ficam ai mais uns meses, arranjam um "casa" que eu estou quase de férias hehehehehe ;)

    Vá beijinhos e abraços do Rui  

  3. # Blogger sonido campeon

    visito su blog, buscando inspiracion para mi articulo!

    muchos saludos


    se cuidan!

    mariano  

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