Patrocìnio Eurolist: Silvina Dias
Casas de Banho Publicas...
Quando começo a acreditar que já vimos de tudo... Surge nova surpresa.
Esta pode ferir susceptibilidades. Foi passada numa casa-de-banho pública,em plena La paz, Bolivia... e só por isso já se pode imaginar um cenário menos idilico...
Estava na fila, aguardando civilizadamente a minha vez, a pensar para os meus botoes que nem cheirava assim tao mal. Que ninguém me tinha tentado passar à frente, que a sra da bilheteira tinha, de verdade, esboçado um sorriso...Eis senao quando surgem duas cholitas.
As Cholitas sao sras dessas que muito se vêm por aqui. Duas tranças pelo rabo, atadas na extremidade para nao interferirem nas suas actividades diárias, saias grandes, pelos tornozelos com muitos folhos e cores folclóricas (com alguns brilhantes, de preferência). Meias-calças (no verdadeiro sentido da palavra) e sapatos meios de plástico transparente, com uns enfeites que deixam confusa qualquer pessoa, ao primeiro olhar, porque dao uma ilusao de sapatos magicamente agarrados aos pés. Na parte de cima, camisa branca e casaco de la (com la fiada, tingida e tecida pela própria). Na cabeça, poderá existir um chapeuzinho tipo de coco, meio empoleirado na cabeça.
Estas cholitas parecem caminhar por levitaçao. Parece que cada passo é um seguimento lógico do outro, uma continuidade. Estas personagens fascinam-me. Em cada observaçao,descubro novo pormenor.
Ora, como contava... Entram duas personagens destas, com passos especialmente continuados e acelarados. Iniciam, na fila, aquela dança tribal que todos tao bem conhecemos. Saltinho para a direita,saltinho para a esquerda... Assim sucessivamente. Até que uma se vem por frente a mim, entre a porta do compartimento que encerrava a tao desejada, por todas ali, sanita. Sorri, mostrando-me os dentes emoldurados com um metal dourado, que eu tenho a certeza nao ser ouro, (esta é outra caracteristica importante destas sras) e diz-me com um ar muito simpático e aflito: "Eu nao vou esperar mais!!!".
Já cá faltava! Ponho-me logo a pensar que já tinha aparecido a personagem que me ía tentar passar à frente! Ao mesmo tempo, fiquei confundida, porque a dança da sra tinha cessado e estava ligeiramente agachada, remexendo na larga saia... Quando ela se baixou ainda mais,a minha curiosidade pode mais e olhei para baixo. Tive o tempo suficiente, mas muito à justa, para fugir, com um saltinho, ao rio de urina que já saía de baixo das saias da sra! "Faço mesmo aqui, eu nao me importo!"
Pois, mas eu sim!!! A rapariga que saiu do desejado compartimento nem queria acreditar na paisagem quando abriu a porta... E nao seria nada demais,tivesse parado por aqui.
A amiga deslocou-se aos pulinhos para o local do crime (e do rio amarelado) e, sem palavra, pos-se a jeito para iniciar a mesma actividade de alivio,assim que a sua companheira terminasse. Assim o fez.
A rapariga continuava dentro da casa-de-banho, agarrada à porta, olhos esbugalhados e boca escancarada. Eu, imagino que nao estaria muito diferente, mas do lado de cá da sanita, ainda por me aliviar. Nessa altura, começo a sentir um cheiro estranho e penso, de imediato, que a pobre sra tem uma gravissima infecçao urinária. Segundos depois, o cheiro torna-se intenso de mais... nao, nao era nada disso... O que se passava... era um alivio duplo, ali diante do espanto de todas as mulheres em plena dança tribal. A rapariga continuava imóvel, eu também.
A Cholita levantou-se, com a mesma fluidez dos seus passos. Arregaçou as meias calças, baixou a saia e partiu de sorriso na cara, deixando para traz o rio amerelado com uma ilha castanha.
Os espasmos apanharam o meu esfincter de surpresa e tive de me precipitar com um pulinho sobre a nova geografia na casa-de-banho publica para me encerrar a sós no compartimento da sanita... A fazer o chichi mais espantado da minha vida.
Casas de Banho Publicas...
Quando começo a acreditar que já vimos de tudo... Surge nova surpresa.
Esta pode ferir susceptibilidades. Foi passada numa casa-de-banho pública,em plena La paz, Bolivia... e só por isso já se pode imaginar um cenário menos idilico...
Estava na fila, aguardando civilizadamente a minha vez, a pensar para os meus botoes que nem cheirava assim tao mal. Que ninguém me tinha tentado passar à frente, que a sra da bilheteira tinha, de verdade, esboçado um sorriso...Eis senao quando surgem duas cholitas.
As Cholitas sao sras dessas que muito se vêm por aqui. Duas tranças pelo rabo, atadas na extremidade para nao interferirem nas suas actividades diárias, saias grandes, pelos tornozelos com muitos folhos e cores folclóricas (com alguns brilhantes, de preferência). Meias-calças (no verdadeiro sentido da palavra) e sapatos meios de plástico transparente, com uns enfeites que deixam confusa qualquer pessoa, ao primeiro olhar, porque dao uma ilusao de sapatos magicamente agarrados aos pés. Na parte de cima, camisa branca e casaco de la (com la fiada, tingida e tecida pela própria). Na cabeça, poderá existir um chapeuzinho tipo de coco, meio empoleirado na cabeça.
Estas cholitas parecem caminhar por levitaçao. Parece que cada passo é um seguimento lógico do outro, uma continuidade. Estas personagens fascinam-me. Em cada observaçao,descubro novo pormenor.
Ora, como contava... Entram duas personagens destas, com passos especialmente continuados e acelarados. Iniciam, na fila, aquela dança tribal que todos tao bem conhecemos. Saltinho para a direita,saltinho para a esquerda... Assim sucessivamente. Até que uma se vem por frente a mim, entre a porta do compartimento que encerrava a tao desejada, por todas ali, sanita. Sorri, mostrando-me os dentes emoldurados com um metal dourado, que eu tenho a certeza nao ser ouro, (esta é outra caracteristica importante destas sras) e diz-me com um ar muito simpático e aflito: "Eu nao vou esperar mais!!!".
Já cá faltava! Ponho-me logo a pensar que já tinha aparecido a personagem que me ía tentar passar à frente! Ao mesmo tempo, fiquei confundida, porque a dança da sra tinha cessado e estava ligeiramente agachada, remexendo na larga saia... Quando ela se baixou ainda mais,a minha curiosidade pode mais e olhei para baixo. Tive o tempo suficiente, mas muito à justa, para fugir, com um saltinho, ao rio de urina que já saía de baixo das saias da sra! "Faço mesmo aqui, eu nao me importo!"
Pois, mas eu sim!!! A rapariga que saiu do desejado compartimento nem queria acreditar na paisagem quando abriu a porta... E nao seria nada demais,tivesse parado por aqui.
A amiga deslocou-se aos pulinhos para o local do crime (e do rio amarelado) e, sem palavra, pos-se a jeito para iniciar a mesma actividade de alivio,assim que a sua companheira terminasse. Assim o fez.
A rapariga continuava dentro da casa-de-banho, agarrada à porta, olhos esbugalhados e boca escancarada. Eu, imagino que nao estaria muito diferente, mas do lado de cá da sanita, ainda por me aliviar. Nessa altura, começo a sentir um cheiro estranho e penso, de imediato, que a pobre sra tem uma gravissima infecçao urinária. Segundos depois, o cheiro torna-se intenso de mais... nao, nao era nada disso... O que se passava... era um alivio duplo, ali diante do espanto de todas as mulheres em plena dança tribal. A rapariga continuava imóvel, eu também.
A Cholita levantou-se, com a mesma fluidez dos seus passos. Arregaçou as meias calças, baixou a saia e partiu de sorriso na cara, deixando para traz o rio amerelado com uma ilha castanha.
Os espasmos apanharam o meu esfincter de surpresa e tive de me precipitar com um pulinho sobre a nova geografia na casa-de-banho publica para me encerrar a sós no compartimento da sanita... A fazer o chichi mais espantado da minha vida.
Etiquetas: América do Sul, Bolivia, curiosidades, La Paz, Viagem
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